Catalogação:
Arautos do Evangelho,
Mons. João Clá Dias EP
Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP
Na coorte dos Santos, o primeiro abaixo de Nossa Senhora.
Ao lado de todas as glórias que se acumularam sobre ele,
São José recebeu, já nesta Terra, um prêmio inestimável: é o patrono da boa morte
Com efeito, dir-se-ia que ele teve um passamento de causar inveja,
pois faleceu entre os braços de Nossa Senhora e os de Nosso Senhor,
que o cercaram de todo o carinho e consolação na sua última hora. Não
se pode imaginar morte mais perfeita, com Eles ali, fisicamente
presentes. De um lado, Nosso Senhor cumulava seu pai adotivo de graças
cada vez maiores, à medida que a alma de São José continuava a se
santificar nos derradeiros transes da agonia. De outro, Nossa Senhora
lhe sorria com respeito, e procurava aumentar-lhe a confiança:
— Meu esposo! Lembre-se de que tudo se cumprirá. Coragem! vamos para a frente!
Em determinado momento, São José exala o último suspiro, e o Limbo se
abre para a alma dele. Ali ficaria ele até o instante, entre todos
bendito, em que a alma santíssima de Jesus, que morrera crucificado,
desceu ao encontro daqueles eleitos, a fim de colocar um jubiloso
termo na sua grande espera. Alguns — Adão e Eva, por exemplo — lá se
achavam desde os primórdios da humanidade, aguardando durante milênios
o Redentor que os levaria para a eterna bem-aventurança.
E o Messias veio. Podemos bem imaginar que toda a coorte do Limbo se
reuniu em torno de São José para receber o Salvador. E que Este, tão
logo ali se mostrou, resplandecente de glória, tendo perdoado e
redimido o gênero humano, manifestou-se de modo especial a São José,
como que exclamando: "Oh! meu pai!"
Era o ápice do cumprimento de todas as promessas, a perfeita
realização de um chamado que passou por indizíveis perplexidades e
incomparáveis glórias. E São José, esposo de Maria Virgem, pai adotivo
de Jesus, declarado Patrono da Igreja, ocupa no Céu um lugar tão
eminente que recebe o culto de protodulia. Ou seja, abaixo de Nossa
Senhora — a qual merece a devoção de hiperdulia — é ele o primeiro a
ser venerado na extensa hierarquia dos Santos.
Grandiosa recompensa à qual fez jus esse varão que praticou em grau elevadíssimo a virtude da confiança.
Consagração a São José
Ó Santíssimo esposo de Maria, aqui estão os que vós tendes assistido
de maneira especial, em todas as circunstâncias, e que vos tomam como
patrono da confiança.
Vós, ó São José, cumpristes vossa missão e a levastes até suas últimas consequências, na perfeição de vossas virtudes.
E nós, não somos também chamados? Não há em nossos caminhos algo a ser
realizado? Sim, nestes momentos trágicos, em que a humanidade se
encontra no delírio de uma horrível decadência, cada um de nós tem uma
missão específica com vistas ao Reino de vossa puríssima Esposa.
Com o auxílio d'Ela e com vossa proteção, temos de inverter a atual
situação, combater o mundo e vencê-lo, e, portanto, devemos ser
íntegros, prudentes e fiéis.
Entretanto, reconhecemos nossa insuficiência humana diante de tão
grande panorama. E recorremos a vós, pedindo que nos acolhais com
vossa paternalidade, e aceiteis a consagração que fazemos a vós.
Entregamos nossas almas, nossos haveres e nossos pertences aos pés de
Nosso Senhor Jesus Cristo, por meio de vós. Sendo o chefe da Sagrada
Família, a vossa relação de autoridade sobre o Menino Jesus se mantém
durante a eternidade, de modo que Ele atenderá sempre o que vós Lhe
pedirdes.
Assim, nós vos suplicamos como Patriarca da Santa Igreja Católica, à
qual nunca deixais de socorrer, assumi cada um de nós em vossas mãos e
governai-nos.
E, por vossa intercessão junto a Maria Santíssima, rogamos que nos
obtenhais vossa fé e vossa confiança, a certeza serena que a Santa
Igreja chegará ao triunfo, a coragem dos cruzados, a perfeição com que
reagistes diante de todas as perplexidades, e o esplendor de uma
santidade que jamais se conheceu na História.
Assim Seja.
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